quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sem meu quasar...

Sem meu quasar.

Por que eu escrevo?
Para não morrer de dor
Uma dor na alma abusada,
Latente, insistente,
Essa dor me atira a queima roupa,
Me tira a calma, me estapeia a alma.

Escrevo o não vivido,
Escrevo por escrever,
E numa dessas escritas
Depois entendo o porquê!

Rabisco meus traços
Que se fundem com meus fracassos
Que se fundem com minhas paixões
Que se fundem com minhas quimeras.

Escrevo o meu inconsciente
Escrevo o absurdo de mim
A mentira de mim,
As atrocidades de mim.

Escrevo todo meu sexo
Todo meu amor
Derramo sobre meus versos...
Pitadas de charme, rebeldia e melancolia.

Queria ser cruel
Queria ser fria
Queria ser escorregadia
Queria ser fel.

Mais sou emoção
Sou quente
Sou apaixonada
Sou mel.

Mas estou vivendo
Sem a pedra indicada
Sem o mar perfeito
Sem meu quasar.


 ((( Camila Senna )))
 

2 comentários:

  1. prosseguir sem ter quasar... lotérica celestial dos azares... Sei como são dasagradáveis, são dois corpos que se batem, trincam, explodem e se espalham, na luz flexa através do cosmos, poeira estelar dos corações instáveis, o fluxo navegante do universo faz complô, revela e mostra cartas loucas de tarô, que dizem amanhã será, quem disse? amanhã serei, sei lá, amanhã nem sei, amanhecerei na lua eterna, onde cantarei odes, grunhidos, árias, pra colher da terra o quase caminho, num quasar passante que agora vejo e vejo através do vinho, através da náusea, o que não via láctea

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  2. Lotérica celestial do azares mesmo! rs
    Seu comentário tão poético e inteligente me desnudou toda, ou melhor, desnudou todo os meus sentimentos pelo quasar.
    Um salve!!!!

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