domingo, 15 de julho de 2012

Maria Bethânia - Tocando em Frente / Android bellydancer (FIXED English Subtitles)


"Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores. Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv. Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrónica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador."
Fragmentos do texto Disco Voador de Fausto Fawcet

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ela dança...



Cigana colorida
Coloca a tristeza retalhada de chita
Na ponta da saia
E sai...
Sai sorrindo,
Cantando,
Deixando a fênix renascer.
Não se encolhe, se espalha
Mesmo com a alma cicatrizando,
Ela persiste e dá um novo verso ao rosto.
Encanta, diz sim!
Sente cheiro de alecrim
Mesmo estando numa relva com frio e apaixonada,
Paixão daquelas febris, perigosas...
Com o coração explodindo feito estopim.
Ela dança, se permite, se encanta...
Mesmo carregada de lembranças!

Ela dança!...


((( Camila Senna ))) 

 

POESIA NA VARANDA - JARDIM DE CLITÓRIS - IVONE LANDIM - D. PÚBLIKO

sexta-feira, 1 de junho de 2012

FULANAS DE TAL...



FULANAS DE TAL
 

-Criado em 2010, o grupo feminino cultural da Baixada Fluminense Fulanas de Tal
é formado por cinco mulheres de grande personalidade, e com muito conhecimento sobre arte e cultura. São elas, as poetisas Ivone Landim, Camila Senna, Aline Merilene, e Gabriela Boechat, que também é artista plástica; e a estudante de Cinema, Yasmin Thayná.



O grupo surgiu da ideia de Ivone Landim, que não se conformava com a situação e a posição da mulher em nossa sociedade, e resolveu formar com mais quatro amigas, um coletivo que agregasse pessoas interessadas pela natureza humana, voltado tanto para homens como para mulheres, mas com um olhar feminino, carinhoso, atento e sagaz. Dessa primeira formação foram reunidas, poetisas, críticas, pesquisadoras e artistas fluminenses, com o objetivo de promover intervenções culturais em todo o território da Baixada Fluminense. O nome “Fulanas” é uma homenagem a um poema escrito pela artista. A comunicação entre elas é realizada por e-mail, e cada uma é encarregada de exercer uma função no Grupo.

A formação original do grupo Fulanas de Tal é composta por Ivone Landim, poetisa, professora de Literatura Brasileira, e ativista cultural desde a adolescência. É a adjunta pedagógica da Coordenadora da FAETEC de Nova Iguaçu; e educadora do Ensino de Jovens e Adultos - EJA na Escola Municipal Heliópolis, em Belford Roxo, com o Projeto “Gramática Afetiva”. Fundou em 2008, com Dida Nascimento, Márcio Rufino, Jorge Medeiros, e outros poetas, o grupo Pó de Poesia. Participou do grupo poético Desmaio Público, criado na década de 1990, por César Ray e Eud Pestana, onde despertou seu interesse pelas letras. Ganhou em 2010, o Prêmio Especial de Literatura da Baixada com o projeto Entre Linhas. Começou a despertar o interesse por debates, quando começou a participar de grupos de mulheres, que discutiam sobre a reflexão de gênero, e garante ter aprendido muito com elas. Obteve grande sucesso com “Aprisco da Palavra”, um fanzine criado para combater a intolerância religiosa, debatendo a religião de maneira mais abrangente. Nascida e criada em Mesquita, veio de uma família humilde, e desde criança sempre foi apaixonada pela leitura. Ivone é a responsável pelas matérias culturais publicadas no Fanzine.

O termo Fanzine é derivado das palavras inglesas fanatic (fan + maga [zine]). Ele se caracteriza por uma mistura de gêneros da imprensa alternativa, ou seja, uma forma de veicular a produção artística ou a informação sobre temas variados. O que define o fanzine é aquilo que o editor deseja compartilhar com seus leitores. Para Ivone “os fanzines são Pontos de Leituras que circulam nos territórios de forma alternativa, em relação às mídias já existentes, caracterizando-os como equipamentos pedagógicos para difundir a leitura entre os seus alunos. Os fanzines possuem a proposta de trabalhar o recorte e a colagem unindo, assim, as artes visuais e a literatura. A intenção é promover de forma sociocultural, o compromisso com a leitura e a escrita, estimulando a juventude a produzir textos e a utilizá-los como forma de divulgação, expondo suas ideias e a sua criatividade.”

A segunda integrante é a poeta Camila Senna, que cuida do Blog das Fulanas de Tal. Camila já escreveu várias poesias, entre elas, O tempo passa, mas não apaga; A melodia da Vitória; A natureza e sua essência; Vento, Assim é Paraty; Caminhando; Para os destemidos; Não quero ser figurante; Falta tudo, menos veneno; Negro de Valor; Suas digitais em mim; Criatura etérea; e Maria Ninguém. ”Mãe, por ser abençoada. Mulher por natureza e puro ímpeto! Sou ponto. Sou vírgula, Sou reticências... Sou loucura serena, intensa e quente exclamação!... Meu sorriso largo mascara a ausência, a carência. Sou todo esse barulho dos meus versos desnudos. Sou urgência! Prazer”. Camila faz parte das seguintes Antologias: III Prêmio Litteris de Cultura com Amor – Ontem, Hoje e Sempre; Papo Cabeça, coletânea juvenil; Do Brasil para Frankfurt, mais que um país uma inspiração; Do Brasil para Guadalajara, o melhor da nossa terra; Palavras sem fronteiras, do Brasil para Buenos Aires; Poesias Encantadas 1ª e 2ª edição.

Aline Merilene é a terceira integrante do Grupo Cultural Fulanas de Tal. Escreve desde seus 14 anos de idade. Toda sua formação acadêmica se deu na rede pública de ensino. Concluiu o Ensino Médio na Escola Técnica Estadual João do Nascimento (FAETEC) em Nova Iguaçu, onde teve a oportunidade de fazer parte do projeto Entre Linhas, criado e coordenado pela sua professora de literatura, Ivone Landim, onde mais tarde se tornou editora-chefe, atualmente não participa mais desse Projeto. Fez parte também do grupo Pó de Poesia. Já escreveu cerca de 50 poesias, e continua compondo outras novas, para um dia publicar seu livro cujo título Delírio Poético, já está definido. Entre outros poemas de sua autoria estão: Desabafo, Mistério, Morada da Poesia, Telas Paralelas, O Mar, e Nostalgia. Aline é estudante de Letras; e amante de filosofia, psiquiatria e psicologia.

A quarta integrante é a artista plástica e poetisa Gabriela Boechat, que contribui com o Coletivo Cultural com suas ideias e trabalhos. Muito atuante na região da Baixada Fluminense, é formada em Educação Física e professora da Rede de Ensino de Mesquita. Segundo Gabriela, “apesar de sempre ter observado o mundo ao meu redor com outros olhos e outras cores, a inspiração para pintar aconteceu de repente e tem se mantido contínua e progressiva desde então.” No ano de 2010, organizou com outras pessoas, uma exposição no Centro Cultural Donana, cujo trabalho O Nu da minha Voz ilustrou a Gambiarra Profana, grupo de artistas que participa. O trabalho "ventos na primavera" ilustrou a capa o livro de poesias homônimo do artista Arnoldo Pimentel. Gabriela trabalha com telas, paineis, ilustrações, e caricaturas, em técnicas variadas.

Yasmin Thayná, estudante de cinema é a quinta integrante do Coletivo Cultural. “Menina, mulher, sagaz. Eletrotécnica, literata, cineasta. Cabelos com flor, com cor, cabelos únicos! Sorriso sincero, olhar tímido, estilo próprio. Chaveiros exóticos, mochila pesada, livros e filmes na cabeça. Yasmin conta que, desde que foi apresentada por Miguel Nagle ao curta “Um Dia de Laura”, foi inserida no mundo do cinema. “Fui fazer um curso com o Miguel, em janeiro de 2010, chamado ‘Do Roteiro à Prática’; e juntos fizemos o curta-metragem ‘Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas’. Posteriormente se candidatou a uma vaga para produção de roteiro, e passou. Escritora assídua, roteirista, leitora, cinéfila, e ativista cultural. Este é o perfil de Yasmin, que com mais duas componentes das Fulanas de Tal, é responsável por disponibilizar matérias e ideias que contribuem para o sucesso do grupo.

O Grupo Cultural Fulanas de Tal, permite que outras mulheres, cujo perfil tenha identificação com o trabalho desenvolvido pelo Coletivo, entrem na Rede Mundial e façam parte do elenco, pois o foco do seu trabalho é estimulação da leitura, e a comunicação alternativa. Para mais informações acesse http://poesiasfulanasdetal.blogspot.com.br/

Por Ludimila Bernardes e Seny Fonseca
Revisão: Seny Fonseca
Fotos: Ludimila Bernardes e Divulgação.






segunda-feira, 26 de março de 2012

Samba...



Nesse samba não coloco nem as mãos
Deixo o vento guiar conduzindo a direção.




Camila Senna


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Flor Camila....






para a poeta Camila Senna


Camila menina,
Camila mulher,
Camila poeta,
Camila camélia
Senna entra em cena
E mostra ao que veio.

Em sua doce rebeldia.
Melancólica em sua poesia.
Guerreira em sua ousadia.
Musa, ninfa que não precisa
Perguntar nada ao pó,
Pois o pó já lhe declara todo o amor
E ela como toda mulher-flor
Se abre inteira.
Tesa em sua beleza.
Fenix restaurada das cinzas.
Cinza que faz, desfaz e refaz Camila.
Cinza do pó de poesia.

Marcio Rufino 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ciranda....




Canto sozinha no estio de frente pro mar
E aquela sua ciranda sempre a me rodear
Fazendo brotar a semente ardente
Duma paixão veloz que sem esboçar,
Causou alvoroço sem se esperar

O poema li antes mesmo de você chegar...
Mas com o tempo e seus desencontros
Esqueci de declamar
Mas também não sabia para quem
Além do sentimento profundo
De contigo de mãos dadas cirandar....

Hoje entendo sem proteger meu coração
Larguei toda minha razão no vento
Do esquecimento milenar...
Sem querer saber da aprovação do mundo.

Nessa ciranda encontrei você,
Cirandeiro do amor...
Que ao me olhar, desnudou...
A mais preciosa flor de um sonhador.

Cirandeiro do amor,
No seu recanto junto com seu canto e seu violão
Eu quero estar, deixar desaguar em mim o mar de verão
O mesmo que desde do início aqueceu minh'alma
Deixando marcas, deixando frisson.


((( Camila Senna )))

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sem meu quasar...

Sem meu quasar.

Por que eu escrevo?
Para não morrer de dor
Uma dor na alma abusada,
Latente, insistente,
Essa dor me atira a queima roupa,
Me tira a calma, me estapeia a alma.

Escrevo o não vivido,
Escrevo por escrever,
E numa dessas escritas
Depois entendo o porquê!

Rabisco meus traços
Que se fundem com meus fracassos
Que se fundem com minhas paixões
Que se fundem com minhas quimeras.

Escrevo o meu inconsciente
Escrevo o absurdo de mim
A mentira de mim,
As atrocidades de mim.

Escrevo todo meu sexo
Todo meu amor
Derramo sobre meus versos...
Pitadas de charme, rebeldia e melancolia.

Queria ser cruel
Queria ser fria
Queria ser escorregadia
Queria ser fel.

Mais sou emoção
Sou quente
Sou apaixonada
Sou mel.

Mas estou vivendo
Sem a pedra indicada
Sem o mar perfeito
Sem meu quasar.


 ((( Camila Senna )))