quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rita Lee - Todas as mulheres do mundo ...



Elas querem é poder!
Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório,velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonnas na cama, Dianas corneadas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Socialites plebéias, rainhas decadentes
Manecas alcéias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, superhomem sapatas
Irmãs La Dulce beaidetificadas

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Di
niz

Iyá-Mi Osorongá



As Senhoras do Pássaros da Noite – Quando se pronuncia o nome de Iyá-Mi Osorongá, quem estiver sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência, pois se trata de temível Orixá, a quem se deve apreço e acatamento.
- Jorge Amado -
Iyá-Mi Osorongá é a síntese do poder feminino, claramente manifestado na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla, de povoar o mundo. Quando os Iorubas dizem “nossas mães queridas” para se referirem às Iyá Mi, tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis dessa entidade.
Donas de um axé tão poderoso como o de qualquer Orixá, as Iyá-Mi tiveram o seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de Março e Maio, que antecedem o início das chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à fertilidade.
As iyá-Mi tornaram-se conhecidas como as senhoras dos pássaros e a sua fama de grandes feiticeiras associou-as à escuridão da noite; por isso também são chamadas Eleyé, e as corujas são os seus principais símbolos.
A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o aspecto que mais aproxima a mulher da natureza, ou seja, dos acontecimentos que fogem à explicação e ao controle humano. Toda a mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá-Mi; a capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, assustou sempre os homens.
As mães são compreendidas como a origem da humanidade e o seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver.
Iyá-Mi é a sacralização da figura materna, por isso o seu culto é envolvido por tantos tabus. O seu grande poder deve-se ao fato de guardar o segredo da criação. Tudo o que é redondo remete ao ventre e, por consequência, às Iyá-Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá-Mi é manifesto em toda a mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.
As denominações de Iyá-Mi expressam as suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão os seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um dos seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das Grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.
As feiticeiras mais temidas entre os Iorubas e no Candomblé são as Àjé e, para se referir a elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé, Dona do Pássaro.
O aspecto mais aterrador das Iyá-Mi e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Osorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro do mesmo nome e rompe a escuridão da noite com o seu grito assustador.
As Iyá-Mi são as senhoras da vida, mas o corolário fundamental da vida é a morte. Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas no seu aspecto benfazejo, são o grande ventre que povoa o mundo. Não podem, porém, ser esquecidas; nesse caso lançam todo o tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.
O lado bom de Iyá-Mi é expresso em divindades de grande fundamento, como Apaoká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Oxóssi. As Iyá-Mi, juntamente com Exú e os ancestrais, são evocadas nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem a vida, integrarão o corpo das Iyá-Mi, que são, na verdade, as mulheres ancestrais.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Fé e Força...



Vai que dá!

Desnuda...

SENNA


Meus olhos são mais que castanhos,
São multicores.
Minha boca é mais que bonita,
É meu cartaz aberto ao público.
Minha pele não é só alva,
Tem marcas negras como tatuagem, eternas...
Meu corpo é mais que aparência
É meu instrumento sagrado, bendito, colocado em holocausto se for preciso.
Minhas mãos são mais que delicadas,
São fortes, capazes...
Elas escrevem o grito da minha alma.



((( Camila Senna )))