terça-feira, 29 de novembro de 2011

 
A entrega sempre foi forte,
Sem senso crítico.
Imensa, lanço-me pros seus braços,
Te abraço, te conduzo, te acolho...
Impressionado, você se encanta...
Canta pelos meus caminhos...
Sem juízo, refaz todas as trilhas,
Trilhas antigas que se renovam a cada passo. 

Novamente acaricia-me os traços,
Traços enigmáticos iluminados pela lua.
Tudo de muito louco se perpetua, explode!
Sua sem minha autorização me faço, não indago.

Vez em quando arredia me nego,
Me afasto e protesto.
Protesto a favor da vivacidade,
Do brilho nos olhos, da paixão.
Você entende e logo vem sem medo da contramão. 

Sei que sou de lua,
Vivo de fases,
Falando frases,
Vez em quando com quase
Na base do êxtase. 

Amo mesmo o amor que começa com risadas
E termina num beijo quente sem piada.
O amor que em minha alma situa é risonho
Cheio de sonhos, criativo e intenso.


(( Camila Senna ))

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Frases e pensamentos de Frida Kahlo

Auto-Retrato           

Frida Kahlo foi uma artista única, para muitos é considerada a pintora do
século. Apesar de seu pouco tempo de vida, nos deixou obras magníficas e
intrigantes.
...



''Origem das duas Fridas. Recordação. Devia ter 6 anos quando vivi intensamente a amizade imaginária com uma menina de minha idade. (...) Não me lembro de sua imagem, nem de sua cor. Porém sei que era alegre e ria muito. Sem sons. Era ágil e dançava como se não tivesse nenhum peso. Eu a seguia em todos os seus movimentos e contava para ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais? Não me lembro. Porém ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas...''

Diário de Kahlo, sobre a tela As Duas Fridas




''Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco...''

[Em 27 de julho de 1953, Frida tem a perna direita amputada até a altura do joelho. Em seu diário, encontra-se o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos, com a legenda: ''Piés para qué los quiero si tengo alas pa' volar''.]




''Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminado a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria.''

...



''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''



''Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar.''


''E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo.''

...

''Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.''

Da autobiografia datada de 1953


...







''(E o que mais dói) é viver num corpo que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a concha aprisiona a ostra.''







''Estive doente durante um ano: 1950-1951. Sete operações na coluna. O Dr. Farill salvou-me. Restituiu-me a alegria de viver. Ainda estou numa cadeira de rodas e não sei quando poderei voltar a andar de novo. Tenho um colete de gesso que, em vez de ser horrivelmente 'maçador', me ajuda a suportar melhor a coluna. Não sinto dores, só um grande cansaço... e, como é natural, por vezes desespero. Um desespero indescritível. No entanto quero viver. Já comecei o pequeno quadro que vou dar ao Dr. Farill e que estou fazendo com todo meu carinho por ele.''






''Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação.''







''Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música em outro lugar com todos os meus preconceitos burgueses de fidelidade.''







''O México, como sempre, está desorganizado e confuso. A única coisa que lhe resta é a grande beleza da terra e dos índios. Todos os dias, a parte feia dos Estados Unidos rouba um pedaço; é uma lástima, mas as pessoas têm que comer e é inevitável que os peixes grandes devorem os pequenos.''






''Eu vou mal e irei pior ainda mas aprendo pouco a pouco a ser só, e isso já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo.''










A última entrada em seu diário: ''Espero a partida com alegria... e espero nunca mais voltar... Frida''




Frida Kahlo pintando o retrato de seu pai, 1951. Foto Gisele Freund. D.R. 2010, Banco de México
''Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura, de trabalho... e acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas.''






Poema do diário de Frida

Diego. princípio
Diego. construtor
Diego. meu bebê
Diego. meu noivo
Diego. pintor
Diego. meu amante
Diego. meu marido
Diego. meu amigo
Diego. meu pai
Diego. minha mãe
Diego. meu filho
Diego. eu
Diego. universo
Diversidade na unidade.
Porque é que lhe chamo Meu Diego?
Ele nunca foi e nem será meu.
Ele pertence a si próprio.





...
 
Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.»






Quer saber...



Cheguei nesse mundo nua de alma e corpo,
Por que a sociedade implica se assim manter-me?
Pelo menos a alma, mas quer saber?!
Quero que se foda a foda da sociedade.

Camila Senna 

21 mulheres mais destacadas da história


Dossiê...



Um dia foi lindo
Hoje é clichê
Amanhã, dossiê.


Camila Senna 

Ralo...




Para quê tanto preconceito e soberba?
Os dias escorrem pelo ralo,
E ralando todos os dias ralo.


Camila Senna


Biografia de Frida Kalho


Meu nascimento



Para se entender as pinturas de Frida Kalho é necessário conhecer a sua vida.
Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que
havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos
contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em
que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu multiplas fraturas e uma barra de ferro
atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias
e ficou muito tempo presa em uma cama.
Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua
cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque
sou o assunto que conheço melhor".
Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente
seu amor pelo marido Diego Rivera.
A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida
não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor
de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as
seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em
muitos dos seus quadros.
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não
eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei
minha própria realidade"
. Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia
pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero
nunca mais voltar - Frida"
. Talvez Frida não suportasse mais.