sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vou Caminhando...

Geraldo Vandré

Composição: Geraldo Vandré
Vou caminhando
Sorrindo, cantando
Meu canto e meu riso
Não são pra enganar
Quem vem comigo
Bem sabe o que digo
Que há muito motivo
Pra gente chorar
Mas se lastimar
De nada vai valer
Já vi mãe chorar
Criança não crescer
Um menino que morreu
Um pai que em vão padeceu
Pela vida vou lembrando
Que lembrando espero eu
E vou caminhando
Sorrindo, cantando
Até que um dia.




Fanzine das Fulanas de Tal...


Por Ivone Landim


A Marca de Pagu....


Musa do modernismo






Musa do modernismo e militante de causas sociais, Patrícia Galvão conquistou espaço na memória política e cultural do Brasil


A biografia de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, causa encanto em leitores e estudiosos pela sua intensidade. Desde o dia em que se entendeu por gente, nos seus 52 anos de vida, impôs a si mesma o dever de mudar o mundo. E não poupou esforços para isso. Foi ousada, corajosa, moderna e, sobretudo, humanista, desde antes de acertar o foco social e político de suas lutas. Mas, depois disso, enveredou por um caminho que jamais teria volta. "[Pagu] Procurava pessoas e causas autênticas", afirma o professor K. David Jackson, da Universidade de Yale, especialista em literatura de língua portuguesa e, sobretudo, na obra da militante e artista brasileira, no prefácio do livro Paixão Pagu - A Autobiografia Precoce de Patrícia Galvão (Editora Agir, 2005). "Aquela que encontrou primeiro, inesperadamente, foi a questão social e o ativismo político, mas demorou para sentir um interesse vital. Tampouco achava interessante no começo a política radical." A mudança de opinião se deu após ter passado alguns dias com o líder comunista Luís Carlos Prestes (veja boxe Passagens da Vida Privada). O encontro aconteceu em 1931, em Montevidéu, no Uruguai, e a ligação com o Partido Comunista durou sete anos. "A pureza do caminho de Patrícia logo se mostrou incompatível com a ação partidária que escolhera", explica Jackson, em Paixão Pagu. "Ia acabar sendo expulsa [do patido] em 1938, mas não antes de tentar provar a sua proletarização, inclusive com o romance Parque Industrial, de 1931. Ninguém ainda havia feito literatura nesse gênero." A obra é considerada um dos pontos altos da trajetória de Pagu e, por exigência do Partido Comunista, saiu sob o pseudônimo de Mara Lobo. "Nesse romance proletário, ela coloca suas idéias a favor de um povo sofrido e combate uma burguesia intolerante e inconsciente", diz a jornalista e crítica literária Leda Rita Cintra, curadora de Pagu, Vida e Paixão, evento em homenagem à autora que segue em cartaz até 16 de julho, no Sesc Santana (veja boxe Álbum de Fotos).


Completude
Pagu nasceu em 1910, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, mas passou a infância no Brás, bairro da região central paulistana. Na adolescência já chamava a atenção por sua personalidade forte. Poucos anos mais tarde, levada pelo poeta Raul Bopp, Pagu aproximou-se do grupo de intelectuais paulistanos que encabeçaram o movimento modernista brasileiro. Foi quando teve o primeiro contato com a pintora Tarsila do Amaral e o escritor Oswald de Andrade (veja boxe Passagens da Vida Privada). Sua luta contra a ditadura de Getúlio Vargas, iniciada na década de 30 quando tinha apenas 21 anos, foi dura e tortuosa, pontuada por prisões - mais de 20 - e torturas. "Ela sempre sonhou entregar-se totalmente, sem limites, até a aniquilação, ao amor, a uma causa, à vida e até à própria morte", afirma a professora Lúcia Maria Teixeira Furlani, autora de Pagu - Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo (Editora Unisanta, 5ª edição, 1999). "Procurava, freneticamente, o que lhe faltava, a completude que todos perdemos e pela qual ansiamos, esse era seu traço mais marcante. Além de seu olhar sensível, antecipatório e antenado na cultura, na política e no comportamento", ressalta a professora, estudiosa do tema há 18 anos.



Apesar de marcante, a atividade política não foi a única causa de Pagu. Não é possível dissociar sua vida da importância que teve para as artes e a cultura, por exemplo. "Ela foi jornalista, crítica de letras, artes, televisão e teatro, poeta-desenhista, romancista, incentivadora cultural, mulher precursora e revolucionária", lista Lúcia Maria. "Soube também ser dissidente política, quando rompe com o Partido Comunista e volta a ser apenas Patrícia, defendendo um socialismo libertário, pacífico, democrático e espiritualista." Para Geraldo Galvão Ferraz, filho do segundo casamento de Pagu, ela foi, sobretudo, alguém com uma vida que fez diferença. "Desde o exemplo de rebeldia e irreverência da adolescência ao engajamento no tempo modernista para, em seguida, começar seu envolvimento político. E, enfim, no importante papel de divulgadora das vanguardas estéticas dos anos 40 e 50." Para Leda Rita Cintra, curadora do evento do Sesc, sua maior importância cultural - "que permanece até hoje", ressalta - foi a apresentação ao Brasil de nomes como o do autor espanhol Fernando Arrabal. "Ela o traduziu e o colocou em cena pela primeira vez no país, com a peça Fando e Lis." Outras participações fundamentais se deram nos jornais O Homem do Povo e A Mulher do Povo, criados em 1931 por Pagu e seu primeiro marido, o escritor Oswald de Andrade. "Naquele contexto, representaram uma rebeldia política máxima contra o governo de Getúlio Vargas", afirma Leda.

E ainda havia a maternidade. Com o primeiro filho, Rudá de Andrade, do casamento com Oswald, teve uma relação que durante muito tempo foi conturbada pela militância política. Com o segundo, Geraldo Galvão Ferraz, da união com o jornalista Geraldo Ferraz, foi uma mãe presente, de acordo com ele próprio. "Minha mãe era um tanto superprotetora, mas também muito carinhosa. Era uma mãe como qualquer outra, apenas com horários diferentes dos das mães dos meus amigos. Ela trabalhava bastante em casa, sempre na máquina de escrever. Mas sabia tirar seu tempo para uma brincadeira comigo, para um gim-tônica e um cigarro", lembra ele.

 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Glória aos poetas...



                                Nesta glória diária,
                        gloriando vão os protestantes.
                                O dia é uma glória
                               A noite, outra glória.
                                   Vamos gloriar!
                        Glória aos poetas. aos artistas.
                     Glória à poesia nas ruas, nas praças
                   e paz nos bares onde estão os poetas
                    fazendo versos para sua imortalidade.

                       
Lírian Tabosa
 
 
 
 

Criatura etérea...




Quando me vi já era tarde...
Toda minha birra
Se convertera em amor...
Sentimento suave, intrigante, avassalador.
Para os mundanos mesquinhos...
Que pairam feito vírus no ar querendo contaminar,
Sentimento perturbador, criminado, mero deslumbre.

Mas não...
Eu vi com meus olhos sensíveis...
Castidade nos seus, dois lagos, cujas cores, multicores.
Criatura etérea enviada para tirar-me do casebre fúnebre,
Que muitos vivem, respiram e até gozam.

O astro Sol coloriu todo o céu de colibri
Teceu a paixão escrita antes de eu descobrir...
Descobrir você, pessoa poesia...
Que faz dos meus tristes dias, grandes alegrias...

Não tenho medo da peste
Que assombra os seres terrestres,
Que armam ciladas nos caminhos frios...
Tramando embaçar a retina dos olhos com o nevoeiro...
Meus olhos são de margarida, de menina alquimista,
Sempre em busca da melodia do amor.

Seu feitio lírico preencheu-me um vasto vazio...
Tirou-me do óbvio,
Temperou meu quarto solo,
Abriu com maestria um atalho especial.
Peregrina, adentrei sem temer na sua psique...
Não perdi tempo...
Mergulhei fundo, descobri um universo fecundo
De um ser profundo, que me tem com veracidade em todo seu ser.


(((Camila Senna)))

sábado, 16 de julho de 2011

Terra chamada vontade...


Construimos um altar...
Tinha flores,
Perfume,
Esperança.

Fomos para nosso lar...
Tinha sofá,
Comida na panela,
Primavera.

No caminho...
Tinha espinhos,
Mesquinhos,
Muita maldade.

Continuamos...
Não foi em vão,
Um amor feito pão,
Não termina sem chão.

Estamos aqui...
Com herdeiros,
Com a vontade,
Sempre em busca da felicidade.
Viver em parceria é uma traquinagem
Numa terra chamada vontade.



((( Camila Senna )))

terça-feira, 5 de julho de 2011

O verme e a Estrela...






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Eu Não Existo Sem Você...


Tom Jobim

Composição: Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você.
.


domingo, 3 de julho de 2011

Enlaça...




Amores imperfeitos...
Sempre dão um jeito
De se aperfeiçoarem com apreço...
Na busca de uma vida sem feridas.
Rasgam-se os fatos de brigas...
Vão para cama de sapatos,
Espreme,
Enlaça,
Morde,
Ensopa,
Engole,
Se ama de verdade.
Aceita qualquer bobagem...
Que se fale ao pé do ouvido, no final...
Só riso, só riso.



((Camila Senna ))






terça-feira, 7 de junho de 2011

Ambígua Sorte

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBG65iVP2Ur2gWlENQDtXzvJQmhgxNKFYoNnS4KA55TavVwd4VYGUBTFMiCHccEIQH4Q1WbBhuQJkPYrAI7RCrYsujw1PaQ651xnCEMQNcD7KXmDYKaVJXiBk0HptOrQkB3J3ei7_YxHmA/s320/gato.jpg.JPG


Na minha vida o absurdo tambem tem vez
nao me importo muito com o que me fez
nao ligo para sua intervenção
no esgar da minha evolução
aprecio o absurdo como uma coisa independente
como algo que mora em sua mente
em minha mente
nosso inconsciente
e de alguma maneira
ele sente
a minha falta de normalidade
a preferencia pelo invisivel
pelo impossivel
pela relatividade .
ambígua sorte!
talvez tudo isso seja minha morte
nao poderia ser assim jamais!
Afinal...todo mundo só quer a paz
mas na minha vida não...
quero paz e resolução
afinal o que eu poderia esperar de um descendente de leâo?
Quando a resolução vier...ah!
Aí sim !
Mais do que a paz
mais do que o que me faz
mais do que mais!
algo em mim vai morrer e vai nascer
ai sim,
o absurdo vai ser mais!



Gabriela Boechat 


quinta-feira, 26 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

HOMENAGEM ÀS MULHERES

Uma mensagem a todos os membros de Mural dos Escritores...

 


Escritoras, artistas, ativistas culturais e sociais, médicas, engenheiras, empresárias, autônomas, das mais variadas funções, mulheres guerreiras que lutam encontrando espaço num lugar onde antes só existiam homens, e a todas as mulheres do mundo, que todo dia seja Dia da Mulher.

Não há como desejar às mulheres uma felicidade separada, pois são tão generosas que não seriam felizes se o mundo à sua volta também não o fosse. Como as mulheres, mães do mundo, seriam felizes sem que seus filhos, maridos, amigos, todos o fossem? Mesmo as mulheres que não têm filhos gerados em seu útero, não fogem à maternidade, pois são mães por excelência, acabam sendo mães de seus amigos, sobrinhos, desassistidos, tratando-os de forma maternal, protetora, atenciosa, já que essa é uma característica feminina de que nenhuma mulher foge.

Na antiguidade, o homem e a paternidade eram ligados simbolicamente ao dia, pois saíam à caça, à conquista, às disputas com os outros homens, buscando domínios; a mulher e a maternidade eram ligadas ao símbolo da noite, quando havia o encontro, o alimento, a fecundação, a busca da segurança, o zelo para com o que foi conquistado, a preservação da vida.

Séculos e séculos e essas características continuam inerentes e sobressaem nos dois elementos da raça humana. As coisas mudam sempre, já que não somos seres estáticos, aprendemos e mudamos continuamente. Já há uma mistura, devido a transformação da realidade e dos costumes, adquirimos aprendizagens na partilha dos saberes e valores num mundo onde homens e mulher começam a serem valorizados como iguais; que bom que os homens puderam se tornar mais sensíveis e que bom que as mulheres puderam se tornar mais guerreiras, estendendo os seus limites para fora das paredes de suas casas; sem que cada um perdesse o que já lhe era inerente. Somos seres humanos mais completos assim.

Então, deseja-se um mundo melhor, mais feminino, mais humano e solidário. Não seria muito difícil se cada um fizesse a sua parte. Se cada um ajudar a pessoa necessitada que estiver mais perto de si, seja na sua família, rua, emprego, espaço social, todas as pessoas seriam assistidas, como uma corrente de boa vontade e não existiriam necessitados.

Mulheres, que Deus as proteja sempre! Vocês que são ninho e alicerce da família, preservadoras da vida, por excelência. Que Deus conceda ao mundo a conservação e disseminação dessas características inerentes ao Ser Mulher.

UM REAPANHADO NO TEMPO E NO ESPAÇO

Com Ísis – a primeira soberana, Sapho – a primeira poeta e educadora, e Santa Maria, mãe de Jesus – a primeira mãe a ser valorizada, começa a desmistificação da mulher como um ser inferior. A realidade que ainda é muito injusta com a mulher, assusta ao homem quando este percebe que ela não é tão frágil quanto a teoria o fez acreditar.

Não se pode negar na história também retratada na arte, o espelhamento de uma sociedade, ainda de comportamento se não totalmente machista e violenta, muito paternalista e protetora - dois extremos de comportamento que ainda subjugam a mulher - mas que também que cobra demais do homem numa relação em ser o provedor, como da mulher em ser um ser passivo. Uma receita que nunca deu certo, pois sempre gerou sofrimento. Quando nas relações reais, vividas, esses paradigmas são quebrados, há o trauma que é pano de fundo para o drama que faz parte dos romances, das poesias, dos estilhaços e reconstruções de cada ser, que só aprende vivendo.


 Ame o seu próximo como a ti mesmo e ao seu Deus sobre todas as coisas.  A fé e a humanidade se misturam em Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce. A bondade é a maior manifestação do amor.
Quebrando barreiras e paradigmas fixos na comunicação e artes: Janete Clair, Dorina Nowill, Niomar Moniz Sodré Bittencourt, Hebe Camargo e Marília Gabriela.  Quando se fala de força, voz e talento, Bidu Sayão, Carmen Monarcha, Carla Maffioletti, Ana Carolina. Transformaram a visão que se tinha do teatro brasileiro Maria Clara Machado, Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro e Marília Pera. Tomie Ohtaka, Tarsila do Amaral e Iara Tupinambá cubriram de cores nossa vida e marcaram a sociedade brasileira com sua personalidade marcante e caráter obstinado. Encantaram gerações na ponta dos pés Ana Botafogo, Márcia Haidée, Isadora Duncan. Ultrapassando a barreira da beleza e o paradigma de que toda mulher bonita é burra, principalmente se for loira, para brilhar nos palcos e na TV: Tônia Carreiro, Vera Fisher. Sentindo o gosto pela vida no bailar das teclas: Chiquinha Gonzaga e Guiomar Novaes. O recato não é entrave para o talento ser reconhecido, pois nem toda carreira se constrói com escândalos, como bem mostra a discrição e ou timidez de Fernanda Montenegro – a primeira dama do teatro, Regina Duarte – a primeira grande musa da televisão brasileira, chamada namoradinha do Brasil, Catherine Deneuve – um dos maiores nomes do cinema internacional.

Marie Curie, Lina Villa e Carmen Prudente foram pioneiras no enfrentamento corajoso do Câncer.

Quem disse que política não é coisa de mulher? No Brasil, foram pioneiras, em diferentes áreas, Bertha Lutz, Therezinha Zerbini, Carlota Pereira de Queirós, Esther Figueiredo Ferraz, Luiza Erundina e Dilma Rousseff; no exterior, Margaret Thatcher, Hillary Clinton, Golda Meir, Rosa Luxemburgo. Quem disse que um grande homem tem uma mulher por trás? E por que não do lado? Evita Peron, Jaqueline Kennedy, Princesa Diana, Ruth Cardoso.

A educação é um valor e uma procura com Maria Montessori e Madre Cristina.

Há vida e havendo uma educação de qualidade para homens e mulheres, as escritoras despontam maravilhas porque o que escrever sempre houve. Entre a poesia, o histórico, o cotidiano, a ficção, o drama, a doçura, com ou sem as famosas entrelinhas, as brasileiras: Raquel de Queirós, Adélia Prado, Cora Coralina e Clarice Lispector; e também as maravilhosas: Jane Austen, Elizabeth Barrett, Elizabeth Gaskell, Harriet Beecher, Emily Dickinson, Will Cather, Virginia Woolf , Agatha Christie, Rebeca West, Simone de Beauvoir, Muriel Spark, Nadine Gordimer, Maya Angelou, Toni Morrison, Alice Munro, Susan Sontag, Margaret Atwood, Isabel Allende, Alice Walker, Carol Shields, Anita Desai, Annie Proulx, Barbra Cartland.

O esporte feminino começou a romper barreiras com Maria Lenk, Hortência, Paula e Maria Esther Bueno.

Além de todas essas mulheres maravilhosas e pioneiras, provarem o valor da mulher na família e em todos os setores da sociedade, promoveram discussões e movimentos na busca da igualdade - uma luta eterna, para um mundo juntos, com homens e mulheres - sem maiores nem menores: Betty Friedan, Margaret Mead.

Mulher tem sexo e também tem direito ao prazer: Shere Hite, Marta Suplicy.

Quem duvida que todos nós - homens e mulheres - nada mais somos que seres humanos, maravilhosos e imperfeitos ao mesmo tempo? Temos a nossa frente, tantas possibilidades e tantas limitações e temos que saber lidar com isso. Por isso, o ser humano vive sempre junto de outra(s) pessoa(s) - querendo ou não, indiferente do grau de independência que este alcance - e cada um contribui de uma forma diferente.

Nice da Silveira e Melanie Klein empreenderam esforços na busca da Psicocura.

Devemos todos lutar pela igualdade de direitos. O homem não é nada mais nada, menos que a mulher. Os dois devem ser valorizados e respeitarem-se, quer no convívio íntimo ou apenas no social. Infelizmente, isso ainda é uma busca, uma luta que devemos promover. Assim, quando aprendermos a parar de disputar grandezas e menosprezar o outro, podemos sair todos juntos, em voos maravilhosos, porque Santos Dumond, Anésia Pinheiro Machado e Amélia Earhart, já percorreram por nós os perigos da experimentação, nos mostrando que o infinito é o limite.

CRUZ, Ana da. Homenagem às Mulheres (Atualização). Mural dos Escritores, 2/03/2011 Texto primário na URL:http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/homenagem-as-mulh... 07/03/2009
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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hoje....

Hoje 
Não quero falar de amor
Não quero graça
Quero ser mal-educada
Não quero frases de efeito.

Hoje

Não quero saber do mundo
Das mortes dos inocentes
Quero sentir minha própria
Dor de dente
Não quero o remédio dado.

Hoje
Não quero conselho de padre
Não vou dizer muito obrigada
Não quero vinho, nem pão
Não quero falso bom dia
Nem o beijo sincero da traição.

Hoje
Quero parar a terra
Pedir carona à outros astros
Ter a liberdade sonhada
Num disco voador
Quero a invasão dos ETs.

Hoje
Vou atentar a fé
Ser a escolha maldita
Dita e refletida.

Hoje
Vou intuir
Ir por aí
Sem política e filosofia.

Hoje

Vou quebrar a poesia!

Ivone Landim


Ampulheta...

 
 


Lembro do hoje
do ontem
Nada mudou!
O mundo fugiu e não me levou
cada um com sua cruz e eu sem nenhuma...
Lembro do ontem
choro, sorrio, rio
é estranho ver como o tempo passou
como o mundo girou e insistiu em não me levar...

Lembro do agora

palavras em verso, em prosa
palavras que me guiam
já que o mundo continua intacto
lá no seu lado me ignorando sem dó.
Ao tirar meus sapatos,
sinto o chão gelado
após a correria sem fim de um dia tenso.

Lembro do amanhã

me dá medo!
Sinto pena de mim e dos outros
Sinto falta de mim e dos outros
Sinto a vida em mim e nos outros
Mas o mundo continua:
parado, intacto e disposto
a permanecer no mesmo lugar...

Eu aqui, perdida nessa trilha de ilusões

desviando dos falsos abraços e sorrisos,
dependente dos falsos abraços e sorrisos
Isolada no meio de tanta gente
Sangrando diante de uma gargalhada sem fim.
Sofro sozinha!
Os outros não estão preparados para dividir solidão
nem sonhos, nem desejos, nem vitórias.
Só dividem o fracasso, a derrota, o pensamento de culpa
Ninguém quer dividir solidão!

Nem o mundo quis! Vive na dele distante enquanto durmo

dorme enquanto acordo, gira enquanto me disperso...
Estranha é mesmo é essa ideia de felicidade
tem que sorrir pra provar que está feliz
tem que dizer te amo pra provar que ama
tem que ter alguém pra provar que é "impossível ser feliz sozinho"...
Estranho é o mundo que não para: gira, gira e gira
Não oferece ajuda, não olha o céu, não ouve o doce barulho do mar
não sente frio nem dor, só gira e gira e gira...

Lembro do agora

e me enche o peito a vontade de me jogar do último andar
do primeiro prédio que surgir.
A loucura só reina no coração dos bons!
Eu quero me jogar
mas penso no quanto sofreria minha mãe, então esqueço
mas penso no quanto sofreria se ela se jogasse
então a vontade cresce ainda mais!

Eu quero entender esse suicídio espontâneo

Essa gente que cansou do mundo
ou simplesmente se perdeu dele
ou nunca o teve...
Entender o que é certo e errado
perante a Terra e o Céu.

Lembro da vida

Não sei se a tenho
nem se a mereço
Não sei onde o mundo me deixou perdida
Talvez no primeiro passo
Talvez no último suspiro
Minha alma insiste em partir
Mas o corpo insiste em ficar...

A ampulheta que controla o meu dia

impulsiona, grita, chora!
Me diz para continuar
mesmo diante do caos
mesmo diante da luta
mesmo perdida no vazio
de ilusões sinceras

A ampulheta me impede de chegar ao último andar

me  impede de ser feliz do meu jeito
Me faz acreditar numa nova Era
alimentar sonhos em vão,
Me diz que o mundo está chegando
para finalmente me esclarecer o que aconteceu.

Penso em tudo

e tudo é nada
nada é o que sinto,
o que sou.
Ampulheta em extinção
contando grão por grão
desejando amarguradamente
o momento exato
de acabar a areia
quebrar-se em mil cacos
e assim viajar
rumo ao mundo que não conheço... 


Aline Merilene





Mulher...



                     Teus seios dizem tudo,
                      quando entumecidos.
                           Descontraida
                      jogada sobre a cama,
                          quer se abrir,
                        mostrar as coxas,
                     entregando-se mulher.


Lírian Tabosa
 
 
 

Ivone Landim...

É preciso que se grite pelo amor
que ficou no esticar
e no dobrar dos lençóis.

É preciso pôr o amor
sobre a mesa
na xícara de café requentado.

É preciso procurar o amor
nos lixos da cozinha, no banheiro,
no quarto, no sal e no palheiro.

Exercitar o beijo
é preciso companheiro.

Trovoar o amor que adormece
as noites
no céu que relampejeia.

É preciso suspirar o amor
como se fosse a preciosa
vida dos filhos.

É sui generis ninar o amor
para que os sonhos não se acabem.

É preciso dar bom dia ao amor
antes de reparar no cabelo desfeito.

É preciso urgentemente surpreender
o amor
pois,
o marasmo e a maresia
trazem uma calma desnecessária ao amor.


Ivone Landim


Conselho às mulheres

 
 
 
Mulheres!
Não maltratem os homens,
são os únicos animais que beijam os pés de suas fêmeas!
 
 
Lírian Tabosa
 
 
 

domingo, 8 de maio de 2011

Vem...



Vem,
Você cabe aqui...
Sem estratégia
Sem prévia.

Quero ouvir
Você dizendo “sim”...
O sim do meu pecado
Sendo desfrutado por você em mim.


((( Camila Senna )))