sábado, 11 de dezembro de 2010

Menina-mulher



Meus pés audazes seguem cegos em busca do norte,
Enganando o medo e desfazendo os laços do desassossego.
Respiro o ar tétrico do rico, não sinto tesão nisso...
O cheiro que me imponho a sentir, é o de alecrim.

Sinto-me em cadeias de olhares, meu Deus!
Quanta vaidade, quanta teia vestida de amizade.
Quero sair sem cerimônia acompanhada com a sorte
Sem precisar de passaporte para buscar minha volúpia.

Em minha vida, o destino fez-se forte!
Puxou-me os pés do ar e fez-me despertar...
Arrancou-me a menina, fez de mim mulher, vivida e dolorida.

Essa clausura que o destino malvado nos empurra a ser,
Não a visto mais! Não me deixo obedecer!
Peguei minha menina de volta e mesclei, virando menina-mulher.


(((Camila Senna )))

2 comentários:

  1. Minha querida poeta,


    um poema belíssimo que reflete um tantão de cada uma de nós, mulheres.


    Carinhoso beijo

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  2. É verdade, Sam.
    Não digo todas! Mas a maioria de nós com as mesmas angustias, sonhos, aspirações, medos, e gana pela tal "liberdade" de alma... Que as circunstâncias da "vida", muita das vezes, dá uma bagunçada! rs Então lutamos, brigamos, para não deixar morrer nossa menina, que tem vida corrida por nossas esquinas!

    Ah, mulheres, igual a "fulanas de tal".

    Beijos Sam.
    Shalom;*

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