quinta-feira, 3 de março de 2011

Um Poema da Rotina, um Poema...



 

Quis por um momento à sós, empunhar uma caneta, e naquela melodia adocicada, me via numa circunstância inusitada excretando umas palavras de emoções e conflitos para uma platéia que me aplaudia.
Aquela situação, desprovida de planos, mapas e sem o calor das veias me angustiou.
Os conflitos, ora se existiam... Refletiam uma ausência de um tudo de sombras, de estados bem intensos, de idas e vindas, carregados de guirlandas, peti pois e peti fours... De gente, ventos, mares, redemoinhos que me arranhavam as vistas.
E eu lá, no mundo das pessoas sentindo tudo aquilo sem vontade de falar!
É que as pessoas, todas elas possuem sangue, pele e músculos à serviço da rotina.
Elas vestem seus corpos com voil, couro e esmalte. Se comunicam através dos códigos, e deslizam para suas alcovas hibernantes. Não são mais pontas de icerbegs... Mergulham perdidamente entre eles...!
Juntas estão sós, e sós, anseiam estarem juntas.
O desabafo com palavras, foi apenas uma codificação do estado solitário do mundo externo, e um desamparo do imenso mundo de dentro, infinito.
Foi uma forma de evacuar sentidos iguais ao de todo o mundo das pessoas; na esperança de encontrar eco, ou... Quiçá sim-ples-men-te esvaziar-se desse nada que tanto incomoda... Buscando a justificativa ideal de não mais ser necessário escrever emoções, nem tragédias, nem comédia... (risos, muitos risos) E depois... Quem sabe? Realizar um absoluto...?

"Aurbana" 

30.11.2010 


((( Claudina Nunes )))



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